quarta-feira, 17 de outubro de 2012

As seis

Postado por Lêh SanCtus às 07:50

E eu que quase quis reaver minhas lembranças e sentir daquele jeito que me tira todo o ar.
Me entregar àquela cama e...  Ah! Somente me entregar a tua bagunça evidente no meu corpo, ao teu sorriso esquecido no meu rosto, aos teus lábios tão vermelhos, tão marcado pelos meus... Tão meus.
Os pés descalços, chão gelado, casa vazia, música, você, eu, tudo junto!
É, eu me entrego as camisas tão maiores do que eu e ao teu cheiro já grudado em minha pele. Não questiono, simplesmente vou. E já é tarde e eu não me importo, eu me entrego.
Tranca a porta, aperta a boca com aquele teu tão gostoso riso, e me olha... E me acende só de olhar.
Vem, vem devagar. Não pensa muito, tudo já foi pensado, então é só ir sentindo, tudo vai se adaptar.
Não quero mais rimas e dane-se a métrica! Importa-me o ritmo?  
Ahhh, eu sei lá! Me desapego.
Eu só me entrego pro colo de quem mais me aceita de um jeito que ninguém mais sabe.  Me entrego àquilo que me faz. Me entrego aquele que me fez... Sentir.
O que vivemos vale a minha poesia, vale a tua canção.
Meia-hora a mais na cama numa quinta-feira. As seis, você. E nós, às seis trinta. Um dia ensolarado lá fora, pensamos: “ah, isso pode esperar.”


                                         (SANCTUS,lêh)

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