É quando acorda. Ainda sonolenta levanta da cama e se pergunta se esta bem, se já se
recuperou do que quer que tenha acontecido no dia anterior e que mal lembra agora.
Ela ainda não se sente com muita precisão e por isso deixa de lado essa
questão. “É cedo demais pra isso” pensa. Então vai andando pra cozinha, sai de lá
com uma caneca na mão, senta numa poltrona e reflete, brevemente, sobre o quão
desconfortável esta a poltrona que antes comprara por ser a mais deliciosa da
loja. Ela nem percebia o tempo que passava, melhor, o tempo andava tão
preguiçoso. Levou a caneca a boca, o café requentado já nem tinha mais
gosto. Mas, o que tinha gosto, afinal? Coitada, lembrou! Ela não estava bem, ao
contrario. A poltrona era confortável apenas quando o corpo dele detinha o dela
naquele tão curto espaço onde ficavam
por um longo espaço de tempo, eles e a caneca com o café que ele havia
preparado pra ela que, de café, só entendia a parte de tomar, adorava café e
ele adorava preparar o café dela. Por isso era gostoso e ela lembrou. Lembrou
do sorriso e da cara que ele fazia quando a via descer as escadas com a camisa
dele, tão maior que ela, e os cabelos desgrenhados, dando um bom dia arrastado,
se espreguiçando, cobrindo o rosto e quase que gritando “ Para de me olhar, eu
to hooorrivel!” E ele ria, um riso tão sonoro ( e eu tenho cá pra mim que ela
fazia isso todos os dias por adorar aquele riso) Ela continuava seu percurso
ate a cozinha e ao voltar se jogava nos braços dele que beijava seu rosto com
muita vontade. Dizia – Bom dia, amor. Diz-me, como consegue ser tão linda todas as manhãs? E ela sorria, em
resposta. E eles adoravam toda aquela cumplicidade. Sorriam os dois, mais uma
vez.
Sorria. Só ela, sozinha tentava, mas constatava: É difícil viver só, sorrindo.
(SanCtus, Lêh)
(SanCtus, Lêh)
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